Giullia Buscacio ainda estava gravando O Sétimo Guardião (2018) quando soube que faria o remake de Éramos Seis. No elenco da trama das 9, estava Marcus Caruso, que atuou na versão de 1994, produzida pelo SBT.  Ver o carinho com que o ator falou desse trabalho só confirmou para a artista o que ela já sabia. Isabel, sua personagem no folhetim das 6, não será apenas mais uma em sua carreira. “É uma responsabilidade, porque você está dando vida a algo que alguém escreveu, idealizou. Mas, parando para pensar, essa personagem já foi de alguém anteriormente. Então existe, sim, essa coisa de querer honrar esse personagem, até em respeito aos atores que já o fizeram antes”, afirma a jovem, de 23 anos.

NÚCLEO FAMILIAR
E mais do que procurar assistir a algumas cenas das outras versões, Giullia quis entender como é esse ambiente no qual Isabel vive. Para isso, ela fez uma comparação da configuração familiar da personagem com a sua. “Eu cresci rodeada de mulheres, ela de homens. Então fiquei me perguntando como é para Isabel ser essa figura feminina tão potente no meio de tantos homens”, explica. “Sobretudo naquela época, em que a questão da masculinidade era presente de uma forma não tão bacana. Bem diferente de hoje, quando temos lutado cada vez mais pela igualdade de gênero”, analisa a atriz, que nasceu em Portugal.

À FRENTE DO TEMPO
Apesar de todos os preconceitos da época, a filha de Lola (Gloria Pires) se mostra à frente do tempo dela. “A nossa fase da novela fala muito sobre o que os jovens daquele período querem para o futuro. A Isabel tem muito isso. O que ela está plantando é para que, talvez, no futuro, seja diferente para as mulheres ao seu redor”, explica. A aquariana lamenta que situações como machismo ainda se repitam nos dias de hoje. “Mesmo com essa diferença tão grande de época, você vê que muitas coisas ainda são parecidas. O que a Isabel vive tem a ver com o que a gente ainda está enfrentando, infelizmente, não é?”, lamenta.

CONTRA TUDO
Na trama, Isabel passou por um dilema parecido com o da tia, Clotilde (Simone Spoladore), que não teve coragem de ficar com o desquitado Almeida (Ricardo Pereira). Já Isabel enfrenta todo julgamento e preconceito para viver esse amor “proibido” com Felício (Paulo Rocha). “Apesar de estar na mesma época da tia, ela já é de uma outra geração. Isabel está naquela geração que começou a mudar e a contestar a forma de viver do período”, explica. “E ela é muito determinada, afirma a artista